terça-feira, 22 de maio de 2007

Baixio das Bestas (**)

Baixio das Bestas possuem duas qualidades que podem ser primariamente citadas: a bela fotografia de Walter "que nunca erra" Carvalho, mostrando o Brasil campestre na sua forma mais rustica, seca e realistas (repare como os personagens, se não estão distantes ou em plano aberto, sempre estão em volto as sombras) e o fato de ser um filme-denúncia, um filme-pesado um filme-Brasil.
O Brasil precisa, urgentemente, criar uma diversidade de linguagem cinematográfica. Não ficar apenas na estética pós-cinema novo ou de novela da Globo de 2 horas. Filmes como "Cidade de Deus", "Lavoura Arcaica", "O Invasor", "O Bixo de Sete Cabeças", "O Céu de Suely", "O Ano em que meus pais saiam de férias", "A Máquina", "Nina", "O Cheiro do Ralo", "Amarelo Manga" e, até certo ponto, "Baixio das Bestas" são vestígios de um novo cinema brasileiro pluralista que ameaça estar por vir. Por isso, uma linguagem cinematográfica de autor, que "Baixio das Bestas" é importante para o cinema nacional, mas isso, infelizmente, não o faz um filme bom na tela grande.
Distante, não tão chocante quanto se divulga, e com um enredo e um "por que de ser" que não tem, de verdade, um "porque de ser" o torna um filme que não cheira.... Um filme meia boca, arrastado, distante, que tenta dizer algo novo, algo socio-cultural, mas que infelizmente fica anos luz da compreensão da população que procura abrir os olhos, ou seja, anos-luz de distância emocional e intelectual da classe média e classe baixa brasileira. Não justifico a novela da globo para tanto, que fique claro.
Atuações que são pouco exploradas pelas câmera, pela edição, pelo roteiro em si, que nunca vai até a distância que se propõe. Não é um bom filme, mas o diretor tem sua marca e pode melhorá-la.

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