quinta-feira, 19 de julho de 2007

Hoje o New York Times diz, amanhã você confere.

"O épico mágico e monumental de J.K. Rowling, que se desenrola há dez anos, está profundamente enraizado na literatura tradicional e nas sagas de Hollywood - dos mitos gregos a Dickens, de Tolkien a "Guerra nas Estrelas" - e, fiel às suas raízes, ele não termina com um equívoco modernista e açucarado, e sim com um bom e velho final: um confronto digno da tela grande, que causa palpitações e calafrios, e um epílogo que indica claramente os destinos dos personagens."
"Um mérito de Rowling nesta série é o fato de ela conseguir fazer de Harry tanto um adolescente familiar - enfrentando as frustrações banais vinculadas à escola e aos namoros - e um herói épico, semelhante a outros como o jovem Rei Artur, o Homem-Aranha e Luke Skywalker. Este mesmo talento permitiu a ela criar uma narrativa que mistura sem dificuldades alusões a Homero, Milton, Shakespeare e Kafka, e piadas infantis a respeito de doces com sabor de vômito. Uma narrativa que funde uma pletora de gêneros (como o romance de internato, a estória de detetive e a busca épica) em um enredo que poderia ser um exemplo principal em uma pesquisa de Joseph Campbell sobre os arquétipos míticos.

Ao fazer tal coisa, J.K. Rowling criou um mundo tão detalhado quando Oz, de L. Frank Baum, ou a Terra Média, de J.R.R. Tolkien, um mundo imaginado com tantas minúcias no que diz respeito à sua história e aos seus rituais e regras, que se constitui em um universo alternativo - e isso pode ser um dos motivos pelos quais os livros de Potter contam com tantos fãs apaixonados e comentaristas fervorosos."

"O mundo de Harry Potter é um lugar no qual o mundano e o maravilhoso, o comum e o surreal, coexistem. É um local onde carros voam e corujas são capazes de entregar correspondências, um mundo no qual os quadros falam e um espelho reflete os desejos mais ocultos das pessoas. E é também um lugar totalmente reconhecível para os leitores, um local onde a morte e as catástrofes do cotidiano são inevitáveis e as vidas das pessoas são definidas por amor, perda e esperança - da mesma maneira que no nosso próprio mundo mortal. "

ESTRAGO do artigo: pelo menos meia dúzia de personagens morrem.

Nenhum comentário: