segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Stanley Kubrick: O Amanhecer

Fotógrafo de formação trabalhou o começo de carreira na revista “Look” com 18, onde fez fama com fotos inovadoras. Interessado em fazer filmes, Stanley, a partir dos 20 e poucos anos, fez 4 filmes que são os primeiros de sua mais obscura fase. O Primeiro deles ele próprio tirou de circulação anos mais tarde, "Fear and Desire", um abordagem sobre as loucuras da guerra foi financiado pelo seguro de vida de seu pai. Poucos viram estas obras que, apesar de fundamentais para entender seu crescimento como cineasta, são ainda escasas pelas cinematecas. E foram elas, principalmente por desonhecimento, que fui atrás para começar esta semana que inaugura os artigos dos “grandes cineastas”.

A Primeira produção de Stanley "profissional" mas com baixo orçamento foi essa:

A MORTE PASSOU POR PERTO (Killer’s Kiss) (**)

O primeiro filme de Kubrick e é interessante observar como ele dialoga mais com as imagens do que com o enredo ou a parte sonora. Têm um ator que por sua presença de cena e manerismo poderia ter sido tirado de um filme mudo!.
A história não é boa, nem cativante. É o pior filme do cineasta. Mas dêem um tempo, nem todos podem ser Orson Welles.
Entretanto todas as tedências e marcas registradas do génio estão aí.: Camera parada com planos gerais. Tensão Psicológica (Olha a cena na loja de bonecas!) e principalmente fobia (nóia) social.
No final é um filme desnecessário que não recomendo, a não ser para quem quiser completar a cinematografia de Kubrick.

KIller's Kiss com sua extraordinária utilização da "luz" chamou a atenção de James Harris, um produtor que junto com Kubrick funcou a Kubrick-Harris, a qual achou parceiros para seu segundo filme:

O GRANDE GOLPE (The Killing) (***)

Este filme pode ser chamado de um “blueprint” para filme de golpes como Ocean’s 11 de hoje em dia. Flash Backs. Estilo Noir. Personagens tensos mas carismáticos.
É um bom filme. Mas com Kubrick ainda nas “amarras” do sistema.
Pode-se perceber uma ousadia visual e narrativa em meio a chupinhação de outros géneros (principalmente no roteiro).
Um momento que vislumbramos o futuro genial do autor? A cena final: Lenta. Entregue. Subjetiva. Inconclusiva. Explicatória do título.

A Reputação dessa produção que tinha um famoso diretor de foto ja honrado pelo Oscar possibilitou que o novo roteiro de Kubrick tivesse financiamento decente e contatos para produção. Este filme trouxe ele a luz do mundo do entreternimento.


GLÓRIA FEITA DE SANGUE (Paths of Glory) (****)
O Primeiro grande trabalho do diretor foi este “semi” épico em preto e branco sobre a primeira guerra mundial. Com o estrelar Kirk Douglas no elenco (pai do atual Michael Douglas) o filme lançou Kubrick na comunidade cinematografia. De um desconhecido cineasta e fotografo ele agora havia dirigido Kirk e era uma promessa.
O filme em sí é uma maravilha que mostra nitidamente o sarcasmo e as mazelas sociais que marcariam os futuros filmes do mestre. Com um roteiro escrito a três mãos, Kubrick uma delas, a critica com leve comedia e deprezeo pela “politicagem” na guerra, e o pouco apreso ao valor humano, é o que valem no filme. Podemos ver momentos de grande talento do diretor, principalmente com a urgência da camera sobre trilhos e dos cortes, nas salas luxuosas e reunião do comando francês. Um esmero em atuações (apesar de Kirk ser aquela coisa estável) e um fim que, como Spielberg disse, emociona não pelo exagero mas pela humnidade: Simples, realista e contundente.



"Glória" ficou banido por 20 anos na França.
Ao lançar o filme Kubrick tinha 28 anos.

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