Stanley Kubrick: O Épico
O contato com Kirk Douglas abriu portas para Stanley. Tanto que, em meio ao caos de demissões de seu filme Kirk foi recorrer a mão desse jovem gênio para direção de seu novo filme.
SPARTACUS (****)
Um dos maiores épicos da história do cinema é também um dos poucos transgressores.
O único filme dessa época, sobre o tempo dos romanos, sem Jesus. Tem fé nele, isso tem, mas fé no poder transformador humano. Não é bem o que Stanley acredita, como veremos em seus próximos filmes, mas é o máximo que conseguiu fazer com material e condições.
Grandioso, com cenas de batalhas monumentais arquitetas por Kubrick (ja que nem existiam no roteiro) e filmadas na Espanha o filme ainda encontra espaço para um tom intimista, uma análise do povo romano e para discutir moral politica. Bem profundo para um épico Hollywoodiano, não?
Existem alguns vários momentos xulos, principalmente com o entrave Kirk, mas os momentos de superação dele nos fazem esquecer das horas ruins. Não é o melhor épico de todos os tempos (essa batalha ja é indiscutivelmente “Lawrence da Arábia” para mim) mas é uma boa obra que um tanto datada na produção, é conduzida por mãos, digamos, “competentes”.
Sucesso de público e critica (venceu 4 Oscars) ele alçou a fama de Kubrick em Hollywood, mas deu mais que isso a ele, deu a certeza de que o “Studio System” dava era dor de cabeça, pois era um filme comandado por Kirk, o produtor. Tinheiro? Sim. Fama? Provavelmente. Liberdade artística?
Nas palavras do próprio cara:
“De agora em diante quero palavra final na montagem. Quero filmar uma história pela qual tenho tesão”.
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