segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

2001

De vez em quando, em conversas informais, normalmente em mesas de bar e com pessoas leigas ou desinteressadas que querem passar o tempo vc é confrontado com a ingrata pergunta: "Qual o melhor?". Pode ser de filme, diretor, musica, arte, show ou aula de marketing. No meu caso sendo filmes, que me perguntam: "Qual o melhor filme pra você?". Bom, considerando-se a impossbilidade de responder tal pergunta e informalidade da mesma, depois de um discurso preparetório de minha parte, respondo com o nome na ponta da lingua:
2001 - Uma Odisséia no Espaço. "porque?" É o filme mais singular ja feito. Não há nada igual ou ao menos parecido.
Fim de conversa.

Tentei procurar um artigo que li ano passado na net em que um especialista em cinema fazia em duas partes uma análise histórica e semiótica* da obra mestra de Kubrick. Não encontrei. Portanto quero poupar você e eu de algo tão específico, longo e para alguns chato que seria a tal semiótica de 2001 escrita por mim. Quero apenas dizer oq acho e sinto neste filme. É dificil colocar em palavras, não por ser "amor", mas pela complexidade racional e emocional que esse filme proporciona.



2001 é o filme com o melhor casamento entre imagem e som. A partir de 2001 música passa a ser uma parte fundamental do trabalho de Kubrick, ela traz mais do que ritmo ou emoção, ela traz contexto (muitas vezes ela contraria a imagem). Como por exemplo minha cena preferida do filme, a primeira vez que vemos o espaço pós o "amanhecer". Modernidade e Classicismo. Aquele balé espacial com o "Danúbio Azul", é inebriante. É engraçado porque não é uma narrativa de cinema o filme, ele não tem história, mas tem contexto e amarração.



Sobre oq o filme fala? A busca infinita do homem por conhecimento e logividade? perfeição? incapacidade? alienigenas?. Eu acredito que fale humanamente sobre busca pela perfeição, pela preservação da espécie e do individuo. Mas toda vez que revejo penso em coisas novas. Oq é o monolito? o objeto perfeito? o homem se torna objeto? continua-se como objeto?. Isso que é o mais interessante sobre o filme, além de um esplendor visual, ele é um obra de arte, um livro aberto.



Kubrick com certeza deve ter enlouquecido para chegar e perfeição aqui nesta obra. Os planos de fotografia, o movimento, o ritmo, os simbolos, a música é tudo tão bem fechado e casado. E os momentos com o único personagem completo no filme: H.A.L. 9000. Um dos melhores personagens do cinema, esse computador, essa maquina dá muito medo e raiva. Ow, a cena em que ele implora para não ser desligado. Puta que o pariu.



Seila. Foram alguns tópicos sobre o filme. Vá ver, goste ou não, é impossível sair dele uma pessoa igual a que entrou.

Nenhum comentário: