domingo, 11 de novembro de 2007

I'm Not There (*****)



I'm Not There, a biografia ousada de Todd Haynes sobre Bob Dylan, um dos blockbusters da mostra esse ano e meu filme mais esperado de 2007 é um sucesso em vários níveis. Não sei muito como descrever algo tão "diferente" em um formato de resenha tradicional, e também não estou com paciência para criar um jeito de resenha nova, então, esta vai ser uma análise curta.
Primeiro de tudo têm que se entender a proposta, o diretor procurou mostrar Bob Dylan através de suas personalidades e múltiplos personagens, cada um habitando um mundo e uma visão diferente, ao invés de fazer uma biografia de narrativa comum. Segundo é de interesse conhecer os períodos de Dylan retratados, principalmente a mudança de música folk para o guitarra elétrica. Eu não sabia tanto de Dylan, e confesso que fiquei historicamente perdido, mas isso não minimizou o efeito de que cada mundo tinha para minha compreensão como pessoa e mundo.
Todos os personagens e texturas do filme são muito diferentes, em especial pelo trabalho de direção de arte e fotografia em cada um dos segmentos, o que facilita a sua indentificação quando eles se entrecortam. Acredito que o de menos sucesso é o que incluí o Dylan de Christopher Bale e com a amiga interpretada por Julianne Moore, é um semi documentário televisivo um pouco chato. Mas os outros são fantásticos, especial destaque para o mundo de fantasia interiorana de Richard Gere, o do garotinho negro sulista e o glamour psicoldélico que envolve o personagem de Cate Blanchett. Blanchett alias é tudo o que dizem por aí, mais do que o personagem representado, ela vive e respira o mundo inserido.
Mas enfim. o que é isso cinematograficamente? Isso é muito mais do que os filmes com narrativa comum, imagine-se entrando em um cinema dos irmão lumiere no começo do século, ou no filme "acossado" de godard nos anos 60, ou em "2001" de Kubrick no seu lançamento. É algo supreendente, inesperado, algo que não se entende, algo realmente novo, com suas falhas e suas virtudes na coragem de ousar, é algo que se sente e inebria o espectador. Algo que revoluciona a linguagem. A nota acima é apenas uma percepção momentânea, e não uma perspectiva da repercusão que essa obra pode ter a longo prazo.




alguns videos que são interessantes conhecer antes de ver a obra de Todd Haynes. Vale a pena perder meia hora para ganhar 2. Alias, se der, perca 3 horas no documentário de Martin Scorsese para ganhar ainda mais essas duas horas.















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