sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Stanley Kubrick: Gênio sem amarras

LOLITA (***)

Lolita poderia ser melhor.
É um fime datado que para nós, ja acostumados com a perversão e a tensão sexual inserida no cinema a partir dos anos 70, se torna mais cômico do que controverso, polêmico e tenso. Mas não se engane, ele foi para a época. Mais pela temárica do livro de Andrey (que também assina o roteiro) do que pela abordagem de Kubrick. A Escolha de Peter Sellers eu acho um erro por exemplo, pois apesar de ser o melhor desempenho do elenco ele traz o tal ar cômico que não condiz com a história de pedofila.
Mas talvez essa seja a intenção de Kubrick, mostrar a piada que é o ser humano. O quão perdido e louco ele é.
Poderia ser melhor para os tempos de hoje, foi revolução na época.

DR. FANTASTICO (Dr. Strangelove - or How I Learned to Stop Worring and Love the Bomb)
(*****)

Um maravilhoso filme de comédia negra.
Em meio ao caos de caça as bruxas, medo da terceira guerra mundial, fim apocaliptico nuclear, eis que Kubrick faz esse filme para rir desse medo generalizado. Desde a primeira cena da para saber que tudo pode acontecer!
Dizem que quando Stanley comprou os direitos do livro-documento sobre os detalhes de funcionamento do departamento de defesa aérea da época da guerra fria ele queria fazer um filme sério sobre os perigos de uma corrida por armas monstruosas como aquelas, mas ao ler o livro tudo era tão insano que ele chegou a conslusão de que aquilo não podia ser sério! "oq? ta brincando? não pode ser verdade que esses generais estão tão malucos assim?". E Eis que surge "Dr. Strangelove - or How I Learned to Stop Worring and Love the Bomb". Um filme ainda mais contoverso, um dos meus favoritos do diretor, e que deve ter obrigado ao departmento de defesa rever seus planos por ter toda sua estratégia revelada!
Alguns criticos na época chegaram a chamar o filme de "a sick joke". alguns foram até mais longe: "Kubrick muts be physicaly harmed". Mas não tem como não adorar vendo Peter Seller em três papeis, esses sim que caem como um luva para ele. E o final...."We'll meet again... don't know when... don't know when...". Fantástico.
Pois como disse Sideny Pollack: "Não me lembro de nenhum filme dele que não tenha sido odiado e causado controvérsia. Mas depois que dez anos passam todos se tornam clássicos".



É. Kubrick estava solto e no topo de sua habilididade.
"Depois de Lolita e Dr. Fantástico eu sabia que os filmes dele eram especiais. Tinhamos que esperar por seu próximo filme. E com alta expectativa! e em 2001 essa expectativa foi superada" Martin Scorsese.

Um comentário:

Anônimo disse...

dr. fantástico faz juz ao nome mesmo, é espetacular!
um militar broxa, culpa a água comunista e eis a terceira guerra mundial. tão imbecil! tal qual as guerras verdadeiras, não? essa mania dos americanos - família bush principalmente - de guerrear a esmo há de ser criticada meesmo. o desenho "family guy" inclusive, desses simpsons modernos, mas melhor e mais ácido, já denunciou o mesmo problema com humor semelhante. há uma cena em que estão os políticos no congresso vetando a guerra no iraque, até que peter (o homer dessa família) aparece e berra "quem não quer ir à guerra é GAY!" e todos começam "ah, eu disse que tínhamos que ir", "éé.. eu fui o primeiro a lançar a idéia, você que quis mudar.." e por aí. não deu outra, o desenho foi votado pelos meios conservadores americanos como o top1 programa que se deve censurar aos filhos. êê, admirável mundo quadrado!